terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O Primeiro Vinho

Para tudo tem de haver uma primeira vez e quando se tem uvas, há sempre a hipótese de uma dia se fazer vinho.
Foi o que aconteceu no ano passado, após a colheita das uvas vimos que com aquela quantidade se podia tentar qualquer coisa.
As videiras estão divididas em dois locais distintos, o Olival e o Vale Escuro



Uma das razões para a produção de uvas ser mais significativa este ano, relaciona-se com alguns cuidados que tive ao longo do seu desenvolvimento, nomeadamente uma poda mais correcta e orientada à produção, assim como o desbaste em verde, canalizando desta forma a energia da planta para os ramos destinados a produzir.  



Não sendo uma quantidade exagerada de uvas, os três bidões e uma caixa levaram a que a experiência se realizasse.  



Já que se faz, que se faça pelo método tradicional, o esmagamento foi feito pelos pés, na falta de recipiente próprio, um alguidar com pequenas porções de cada vez, serviu perfeitamente.



Após o esmagamento foram deixadas durante uma semana a fermentar numa tina de inox. Mexido duas a três vezes por dia a coisa foi tomando jeito, até parecia uma produção a sério.



Quando a fermentação violenta parou, uma semana depois, foi retirado o liquido, filtrado com um passador e colocado num outro recipiente também de inox para continuar a fermentação.



Aqui já se via a cor com que o produto final iria ficar. Como eram 50% escuras e 50% brancas o resultado final foi um tinto claro.



Não estamos em época de desperdícios e no mosto ainda havia muito liquido, como não tinha prensa improvisei uma. Rede de inox e mãos à obra.




Mosto colocado lá dentro e comprimido com uma bolacha de ferro.



Claro que só o peso da bolacha não faz nada, então algo tem de empurrar para baixo


A fonte de força é nada mais nada menos que o macaco hidráulico do carro. Pode parecer tudo muito arcaico, mas o resultado final foi bom, recuperados mais 12 litros.




Feitas as contas, ao todo 60 litros de vinho.





Para ser consumido com moderação ao longo do ano, digo com moderação porque saiu forte. Não sei o grau de álcool que tem porque não tinha pesa mosto no inicio da aventura, mas que é forte, realmente é.
Também não tem qualquer produto adicionado, apenas se trata de sumo de uva fermentado, é o regresso às origens, nada de produtos químicos. 







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Protecção anti erva na vinha

Ter uma pequena vinha é engraçado, como o caso das da foto, que são de uvas sem grainha, mas a erva rapidamente invade tudo. Fora da linha onde se encontram as videiras é fácil de limpar, com o tractor ou com a roçadora mecânica, mas na linha as coisas são mais complicadas. Então resolvi fazer uma experiência com tela anti erva.



Primeiro o terreno foi limpo com a ajuda do moto cultivador e da enxada.


Como as videiras já tinham alguma dimensão, não dava para colocar uma tela única, então foram colocadas duas telas que sobrepõem

Colocação da segunda tira



O remate final foi feito com casca de pinho, dá melhor aspecto e ajuda a manter as telas no local.
Estas telas têm uma esperança de vida útil de 14 anos, até lá deve dar para fazer uma boa avaliação da experiência. Mesmo para os adeptos dos herbicidas, o que não é o meu caso, como nos primeiros anos não se pode colocar na vinha, esta será certamente uma boa solução.



Já tenho ao lado uma segunda fila de videiras, estas D. Maria, mas aqui estou a pensar colocar a tela com elas ainda jovens de forma a poder abrir um furo e colocar por cima. Ainda não o fiz porque quero ter a certeza que todas pegaram, ia ser muito complicado abrir o furo para trocar a videira já com a tela colocada.



É minha intenção ao longo do tempo ir actualizando esta mensagem de forma a colocar as conclusões da experiência.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Casca de Laranja Cristalizada

Quem gosta da tradicional casca de laranja cristalizada de Setúbal, recordação do tempo que extensos pomares de laranja envolviam a cidade, dando origem à conhecida e deliciosa laranja da baía.

Primeiro passo é descascar as laranjas às tirinhas como se vê na foto e colocar dentro de água durante 3 dias, trocando a água pelo menos uma vez por dia.



De seguida faz-se uma calda de açúcar onde se colocam as cascas com cuidado para não as partir. Aqui é a parte chata porque demora algum tempo até atingir o ponto desejado



Sempre com cuidado e com a ajuda de uma espátula de madeira, vamos deslocando as cascas de forma a distribuir e movimentar na calda, até que fique praticamente sem liquido.



Quando está quase seco (nunca pode secar completamente senão fica em caramelo) retira-se as cascas com cuidado para não as partir nem queimar os dedos e colocam-se a solidificar numa superfície fria e não aderente. No meu caso a pedra da cozinha.





Ao fim de uma noite de repouso, já se podem manusear bem. Eu normalmente coloco num tabuleiro e ainda deixo uns dias ao sol, até ela ficarem sem colar de modo a poder armazenar dentro de frascos. Atenção que os francos não podem ser completamente herméticos, têm de deixar entrar algum ar, porque devido a haver alguma humidade nas cascas, se não houver arejamento podem aparecer bolores.

São boas para comer como sobremesa, tem de se ter cuidado porque apetece sempre mais uma, o sabor amargo da casca com o doce dá um paladar delicioso.



domingo, 2 de fevereiro de 2014

Morangueiros na Varanda

Já há algum tempo que andava a amadurecer a ideia de ter morangueiros na varanda, já tinha em tempos feito uma experiência no campo, com filme preto de protecção que correu muito bem, mas na varanda vai ter outro sabor.
Então, experiência que é experiência tem de ser a serio, dois tubos, um de 3m e outro de 1,5m

 
Após marcação do tubo, foram abertos furos de guia para a serra craniana.


 
Passo seguinte, abrir os furos para plantar os morangueiros 


Optei por colocar o composto pelos furos, usando um garrafão plástico de boca larga como funil. O composto é formado por 3 partes de correctivo orgânico à base de estrume de cavalo e uma parte de substrato universal.

Foi um trabalho de paciência, colocava o composto e com os dedos ajeitava para o lado abrindo espaço para mais composto.



A mistura era feita em pequenas porções e colocada no funil improvisado



Aspecto dos tubos já com o composto  




Finalmente chegou o momento de colocar os morangueiros. A escolha recaiu sobre a cultivar Albion. É de origem californiana, espero que goste da vista do estuário do Sado e produza bons morangos.






Agora é esperar para ver o que vai dar, espero que a colheita seja boa. 
Nos próximos tempos vão ser periodicamente inspeccionados para inibir o aparecimento de flores de forma a que a planta invista nela e possa crescer robusta. 
Depois publico o que se pode fazer com os morangos, mas primeiro eles têm de nascer.